No final dos anos 80 tive meus primeiros contatos com o MS DOS. Em 1994 tive meu primeiro contato com o MS Windows 3. Fui usuário de MS Windows 95, trabalhei com suporte para o MS Windows 98 e ME, e nos anos 2000 usuário e suporte ao MS Windows Server 98 e MS Windows XP. Mais algum tempo passou, me mantive usuário do MS Windows 7, 8 e 10. Hoje ainda tenho um laptop que utiliza 2 sistemas operacionais, entre eles o MS Windows 10.
Mar por que toda essa saga? Pra lhe mostrar que não tenho nada contra o sistema operacional MS Windows, muito pelo contrário.
Ainda nos anos 90, tive profissionalmente os primeiros contatos com sistemas de computador baseados no Linux, algo fora do padrão Microsoft. Embora estudante de Sistemas de Informação, e vendo os esforços em tornar esse sistema amigável com uma aparência imitando um pouco o MS Windows, definitivamente não me atraiu a ideia de usá-lo no dia a dia. Não gostei da experiência com o “tal” Linux.
Em 2019 me arrependi amargamente de não ter persistido um pouquinho. Ingressando em um projeto de mestrado em uma universidade estadual, depois de 20 anos afastado dos estudos, esbarro em laboratórios 100% Linux, conceitos e projetos com utilização de um “famigerado” terminal, já quase “cinquentão”, não achei que iria mais me adaptar a mudanças tão radicais.
Foi então que me lembrei, de quando tive meu primeiro telefone celular. Um sistema operacional diferente, com o qual tive que me adaptar. Trocando de aparelho, o sistema era outro, e também tive que me adaptar. Mais tarde o sistema Android, com o qual também tive que me adaptar. Algo em comum? Adaptação.
Ainda em 2019 tomei uma atitude não radical. Instalei a opção de escolher o sistema operacional na inicialização de todos os computadores da empresa (Andersoft) e também no laptop. Nos computadores desktop a escolha foi o Linux Mint e no laptop o Ubuntu.
Inicialmente, a mudança de ambiente foi bastante complicada. Alguns programas, embora raros, eram importantes para minha produtividade e não funcionavam em Linux. Então foi inevitável ficar revezando entre os sistemas operacionais. Era a tal adaptação. Embora relutante, fui aos poucos substituindo os tais aplicativos “insubstituíveis”.
Depois de 6 meses, confesso que me apaixonei por algumas coisas que o “universo” Linux começou a me oferecer, fui explorando pouco a pouco, experimentando outras opções (distribuições), até que instalei meu sistema atual, o Debian, com uma aparência (interface) lindíssima e prática, que eu mesmo customizei pra um fluxo de trabalho otimizado, e no momento, sou usuário Linux há 18 meses.
Dezenas de opções de interfaces gráficas, um foco importante na gratuidade, e uma grande oportunidade pra estar 100% dentro da legalidade (quem usa software pirata entenderá), hoje tornam sistemas operacionais baseadas em Linux numa saída bem interessante, com experiências de uso bem diversas.
Embora hoje eu não esteja mais utilizando MS Windows, concordo que ele atende muito bem a maioria absoluta dos usuários. O que me levou a experimentar o Linux foram necessidades, aliadas à curiosidade. Acredito que não seja uma troca viável pra todos, e nem sou um militante do assunto. Porém, sair da zona de conforto pode ser uma forma bem interessante de experimentar novas opções, e talvez encontrar facilidades pro nosso dia a dia que até então eram desconhecidas.
Caso se interesse pela experimentação, recomendo que pesquise um pouco a respeito de distribuições Linux como Ubuntu, Mint, Pop OS, Deepin, entre muitas outras, e faça testes utilizando máquinas virtuais como VirtualBox, por exemplo, que permitem a instalação isolada e virtualizada de vários sistemas a partir de arquivos .iso fornecidos pelos desenvolvedores.
Espero que suas experiências sejam tão boas quanto as minhas! Mas não se precipite! Com menos de 1 ano de uso, você ainda não sabe se ama ou odeia um sistema operacional, então, permita-se testar com calma, sem preconceitos, e escolha aquilo que mais te agrade no final! Talvez seja o nosso amado MS Windows o escolhido, mas não custa mudar um pouquinho de “ares” pra curtir uma nova experiência. Permita-se experimentar!